Além da reflexão sobre o papel feminino na sociedade, o Dia Internacional da Mulher também serve de gancho para alertá-las sobre a importância da saúde física e do bem-estar mental.
Segundo dados do Ministério da Saúde, as principais causas de morte das brasileiras são as doenças cardiovasculares (mais de 35% dos casos), seguido por alguns tipos de câncer, entre eles o de mama.
Para o ginecologista Gustavo Anderman Silva Barison, do Hospital Santa Catarina, o equilíbrio emocional e social, acompanhado de hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos, boa alimentação e sono regular são dicas irrefutáveis. Porém, cada etapa da vida da mulher tem características específicas, e as preocupações são diferentes.
“O atendimento às adolescentes envolve dúvidas sobre a puberdade, por exemplo. As idosas enfrentam os efeitos da menopausa, e as gestantes passam por modificações do corpo, que necessitam acompanhamento”, explica.
A recomendação é ir ao ginecologista, ao menos uma vez por ano, em todas essas fases da vida, especialmente após a primeira menstruação. A especialidade lida com a saúde do aparelho reprodutor feminino e da mama, oferecendo exames específicos como a coleta do Papanicolau (para a prevenção do câncer de colo de útero) e a mamografia.
“O Papanicolau é indicado anualmente para mulheres de 25 a 60 anos, sexualmente ativas, ou a cada três anos, quando o resultado de dois exames consecutivos for negativo. Já a mamografia também é anual para quem tem mais de 40 anos, podendo ser realizada antes dessa idade em pacientes com fatores de risco”.
Graças a estes rastreamentos (exames preventivos), recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), é possível diagnósticos precoces e, consequentemente, tratamentos rápidos e eficazes.
“No caso do câncer de colo de útero, quando tratado precocemente, a chance de desenvolvimento da doença é praticamente zero. O de mama tem uma incidência maior que o de colo de útero, porém, da mesma forma, mediante a identificação de uma lesão precocemente na mamografia, a chance de um tratamento mais conservador e curativo, é significativamente maior”, afirma Gustavo.
Ele conta que as mulheres procuram o seu consultório com as mais diversas queixas. No entanto, as patologias mais comuns estão relacionadas a corrimentos vaginais (causados pela candidíase ou vaginoses bacterianas, entre outros fatores) e transtornos do ciclo menstrual. “A melhor forma de se proteger e de tratar essas condições é indo ao ginecologista, sendo examinada e buscando um tratamento e orientação adequados”.
Para o especialista a orientação é a melhor forma para sensibilizar a população nos cuidados relativos à saúde. “O acesso fácil à informação e dados de saúde, assim como o acesso fácil à assistência médica, são fundamentais”.
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